ORIGEM DAS FESTAS JUNINAS

Saiba quem foi São João, o profeta que teria batizado Jesus

Santo é festejado tanto por seu nascimento, em 24 de junho, quanto por sua morte, em 29 de agosto
Por Redação 23/06/2023 - 20:30

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João Batista, em pintura de Bartolomé Gonzalez
João Batista, em pintura de Bartolomé Gonzalez

São João é um santo festejado tanto por seu nascimento, em 24 de junho, quanto por sua morte, em 29 de agosto, algo peculiar dentro do cristianismo já que, normalmente, os católicos celebram a morte do santo como aquele dia em que eles "nascem" para a Deus.

Pregador itinerante nascido na Judeia, João Batista se tornou líder religioso de um grupo de judeus da época, exaltando a importância de valores como retidão e da prática da virtude. No intuito de purificar as almas, lançava mão do batismo, realizado em cursos d'água, em cerimônias epifânicas.relacionadas_esquerda

O batismo não foi uma invenção de João, pois já era praticado na época. A novidade trazida era que que ele não restringia a participação aos judeus, permitindo também que o ritual servisse para a conversão dos considerados pagãos, o que isso motivou polêmicas em seu meio.

De acordo com os textos bíblicos, João era parente de Jesus. Ele era filho de Zacarias, um sacerdote, e de Isabel, uma prima de Maria, a mãe de Jesus. Segundo a literatura sagrada, Jesus iniciou sua missão evangelizadora somente após ter sido ele próprio batizado pelo primo nas águas do Rio Jordão. Para muitos, João é exaltado como o maior dos profetas.

Como costumava acontecer em grupos religiosos daquela época, a exemplo do próprio Jesus, as pregações de João passaram a incomodar o poder estabelecido. Preso por dez meses, provavelmente em algum momento entre o ano 26 e o ano 28 da era cristã, João acabou condenado à morte pelo governante Herodes Antipas (20 a.C - cerca de 39 d.C). Não se sabe exatamente a idade que João tinha quando foi morto, mas é certo que era mais velho do que seu primo Jesus. De acordo com as narrativas antigas, foi morto por decapitação. E teve sua cabeça apresentada em uma bandeja.

Por muito tempo, pairavam controvérsias sobre a historicidade de João Batista. O principal documento, contudo, que atesta a sua existência é o livro Antiguidades Judaicas, escrito pelo historiador romano Flávio Josefo (37-100) provavelmente no ano de 94.

Embora existisse essa reverência ao personagem desde os primeiros cristãos, o cristianismo só oficializou uma solenidade ao nascimento de São João no século 4, "conforme indícios". 

João Batista se tornou das figuras mais importantes para o cristianismo e um santo muito popular. Tornou-se figura folclórica, celebrada, ao lado de Santo Antônio e São Pedro, nas famosas festas juninas tão tradicionais nesta época do ano no Brasil.

Algumas lendas ajudam a explicar os elementos típicos da comemoração. Uma antiga tradição diz que João nasceu no alto de uma montanha e que uma fogueira foi acesa quando sua mãe, Isabel, entrou em trabalho de parto para avisar aos parentes que moravam na planície. Pode ser daí o início das festas de junho, juninas.

As festas brasileiras vieram com o colonizador português. Catolicamente, nos locais nos quais João é padroeiro o novenário é de nove dias, sendo o dia 24 o principal da festa. Entretanto, o folclore celebra o santo com fogueira na véspera e outras tradições. No nordeste brasileiro, por exemplo, as festas juninas têm características bem próprias. Em alguns lugares, existe a tradição de se tomar afilhados, padrinhos, compadres de fogueira, com a intercessão do santo.

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